sexta-feira, 29 de julho de 2011

Marco Histórico: Harry Potter!

Bom, é claro que eu tinha que fazer uma postagem dedicada à série que acompanhei em livro e em filme desde os meus dez anos de vida, certo?
Lembro-me muito bem da primeira vez que li Harry Potter. Estava no Rio de Janeiro de férias, na casa da minha avó, e o levei junto para ler, pois minha irmã Lillian já havia lido e me indicou. Foi amor à primeira vista, aquela coisa mágica, maluca, cheia de histórias e cervejas amanteigadas...(Sempre quis provar uma!)
Cada ano em que saía o livro eu o devorava como um doce; Lembro-me de ler até tarde, receber bronca da minha mãe por ainda estar acordada, e quando as luzes se apagavam, acender uma lanterna e continuar lendo escondida... Lembro sempre de ler almoçando, ler trocando de roupa, ler compulsivamente.
No dia 16 de novembro de 2001, lançaram o primeiro filme. Achei o máximo ver um filme de um livro que eu gostei tanto, apesar de sentir saudade de trechos, personagens e momentos que a literatura trouxe e o filme não. Mas acabei me acostumando, pois todos os outros filmes correram muito com os acontecimentos que os livros traziam nas 500, 600 páginas bem descritas e detalhadas...Impossível acompanhar com tamanha verossimilhança! Era sempre divertido também comparar em quanto tempo as pessoas haviam lido os livros... Lembro de ler "A Ordem da Fênix" em três dias e sair me gabando disso...


Ahn mas era muito bom ter aquela expectativa louca de ver como o filme ia mostrar os fatos narrados por Joanne Kathleen Rowling! Sempre procurei ir nas estréias e pré-estréias, para matar a ansiedade louca de ver minha imaginação ganhar vida nas telas do cinema!

Mas isso não vai mais acontecer...

No dia 14 de junho de 2011 fui assistir à pré estréia do último filme, Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte II. O coração fica a mil com aquela musiquinha básica do John Williams, Hedwig's Theme. Cheguei às 18:30 no shopping, havia comprado meus ingressos antecipadamente, mas como não dava para comprar lugar marcado, nos concentramos em filas amontoadas e absurdas até a hora da porta de vidro se abrir, 00:01. Não podíamos sentar no chão, não podíamos sair da fila, todos em euforia e vibração intensa. Conversei horas com um grupo de fãns e depois me assustei ao ver que elas só tinham 13, 14 anos. Eu ali, parecendo uma delas, com aquela adolescência de leituras e estréias assíduas reavivada. Achei o máximo pela idade, cor, sexo, gênero, nacionalidade não ter diferencial nenhum quando se trata de uma paixão em comum, e fiquei feliz porque a minha adolescência ainda sobreviveu por várias gerações com essa história tão divertida e magnífica!
Ah, não podia deixar de citar, fomos fotografadas e ganhamos jornal da Potterish, o maior site brasileiro de Harry Potter Brasileiro, com noticias, fanfics, fics, galeria de imagens, videos e tudo sobre JK Rowling e os filmes. Como eles dizem, o filme acabou, mas eles continuam...!
Quando a porta abriu, foi uma gritaria que só. Formamos filas dos filmes dublado/legendado, e aos poucos fomos entrando. Graças ao empenho meu e da minha irmã, conseguimos um bom lugar pra sentar. A emoção foi tanta que ela até chorou (coisa raríssima em filmes!), todos ficamos elétricos com cada acontecimento do filme e o tempo voou como um segundo de prazer... Quando nos demos conta, 2:30 da manhã, fim de tudo, pessoas desesperadas, aos prantos, felizes, e hora de voltar para casa.
O sonho acabou? Eu acho que não. Se na minha época me cativou tanto e ainda cativou tantas eras, o que dirá mais algumas? Parabéns J.K. Rowling! Você conseguiu fazer pessoas do mundo inteiro se unirem por sua história! Quem diria que ela surgiu numa viagem de trem, quando a vida estava difícil e havia filhos para sustentar...
Hoje ela realizou o sonho de escrever um livro e é uma das escritoras mais ricas do mundo. Fez por onde!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Romantismo??



PESQUISA DE UNIVERSIDADE ESCOCESA MOSTRA QUE AS COMÉDIAS ROMÂNTICAS PODEM FAZER AS PESSOAS TEREM UMA VISÃO EXCESSIVAMENTE IDEALIZADA DO AMOR



Matéria disponível através do Correio Braziliense do dia 19 de julho (hoje) ou através do site Correioweb, área Eu, Estudante. (Foto: Rafael Ohana da Rocha)





Claro que eu tinha que publicar no meu blog a primeira vez que eu apareci num jornal rs! O irmão de uma amiga me indicou para participar de uma entrevista na semana passada, daí publicaram hoje!
Falei sobre as comédias românticas, que são um vício na minha vida e estão sempre presentes nas prateleiras do meu quarto e nas telinhas da casa, sejam as coreanas que eu baixo da internet, sejam as européias e americanas que eu compro e assisto no cinema ou na televisão!
Eu já fui uma pessoa muito iludida com essas coisas, querendo ter um romance perfeito, que nem de Amor além da vida, ou Cidade dos Anjos, ou Kate e Leopold, filmes que trazem homens tão perfeitos quanto os descritos pela Nora Roberts (Cito aqui meus livros preferidos: Trilogia do Coração em "Diamantes do Sol", "Lágrimas da Lua" e "Coração do Mar", Trilogia da Magia em "Dançando no Ar", "Entre o Céu e a Terra", "Enfrentando o Fogo" , O amuleto, e vários outros). Mas esses romances não existem, diante de pessoas traiçoeiras, infiéis e sem valores que encontramos pelo mundo afora (não, não estou sendo extremista, infelizmente há muitas assim, muitos casos absurdos que a mídia esconde mas de vez em quando solta alguns...). Há histórias e histórias de violência doméstica, maus tratos, violência verbal, problemas sexuais e de comunicação e tantos outros que ouvimos falar por aí. Os problemas existem, pessoas ruins também, mas o que deve ser diferente é a nossa maturidade e a nossa forma de se colocar diante desses problemas.
Não acho que devemos nos iludir e insistir em algo que não dá certo. Também não acho que devemos achar que ninguém presta e nos privarmos da felicidade a dois. Acho sim que temos o direito de sonhar (ai fala sério, é tão boooom delirar com essas coisas!) e de querer o melhor pra nossa vida, porque todos nós merecemos ser felizes. E foi isso basicamente que eu falei!

Para quem gosta do doce...
Claro que eu não poderia deixar de citar os dramas coreanos, meus preferidos, que até apareceram na entrevista mas não na matérias! Rs! O legal é que não há todo aquele apelo sexual americano ou brasileiro, mas sim histórias mais divertidas e hilárias! Cito aqui um dos meus primeiros e preferidos, My Girl (nesse wordpress tem uma descrição com spoiler, apesar da autora não ter gostado tanto quanto eu) e um dos que vi recentemente que também entrou pra lista dos favoritos, Secret Garden, que tem o lindo Hyun Bin (Impossível não se apaixonar pelos atores coreanos!

Personal Taste, citado também no mesmo wordpress e atuado pelo lindo Lee Min Hoo (famoso pelo drama Boys Before Flowers)

Secret Garden

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Língua Brasileira de Sinais

Oi pessoal! Tudo bem?
Estou praticamente ao término de mais um cansativo semestre, e com muitas notícias legais, como o meu novo estágio em um centro de informática da UnB (que é de onde estou escrevendo agora), que vai me dar tempo e disponibilidade pra estudar, um carrinho adquirido pelo meu avô que comprou um novo e me passou o antigo, que se Deus quiser será quitado por mim e pelo meu pai em alguns anos, a aquisição de 17 créditos de aproveitamento de estudos independentes que eu solicitei na minha faculdade para tentar me formar mais rápido, o que faz com que restem 31 e dá possibilidade de eu me formar ao final do ano \o/ uhul



E a coisa mais divertida que eu queria compartilhar com vocês:
Esse semestre fiz uma disciplina de Libras na Faculdade de Educação, com a professora Edeilce Buzar que é intérprete há vinte anos. Utilizando os livros da FENEIS (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos), órgão que existe em Brasília e tem sua sede do Rio de Janeiro, aprendemos o básico do básico nos módulos 1 e 2, e foi muuuuuuuuito legal!
A Libras tem variações regionais assim como o português, e muda sua língua em outros países também, assim como o português comparado ao espanhol ou ao inglês (pode ter semelhanças e sinais universais, mas varia como qualquer língua nacional). Nesse pequeno curso de 60 horas nós aprendemos MUITO e foi muito divertido ter contato com a cultura surda e ver como eles desenvolvem identidades tão peculiares quanto às nossas, de ouvintes. É incrível ver o mundo visual e espacial que eles captam em suas mentes, e muitas vezes percebendo tantas coisas que nós não somos capazes de enxergar ou "ouvir" com os olhos, as nossas expressões corporais e faciais e as nossas mãos. É incrível, de verdade!
Na língua surda, cada pessoa tem um nome, como qualquer outra, mas em especial, um nome chamado "sinal". Meu nome é Luiza, na primeira vez que me apresento posso digitar em Libras L-U-I-Z-A, mas graças à um querido amigo surdo, agora tenho um sinal, que é um L desenhando um sorriso em meu rosto. Apenas os surdos podem dar sinais! Às vezes os mesmos vêm atribuídos de características que nem prestamos tanta atenção, como pintinhas, cabelos cheios, lisos, bochechas, covinhas, brincos grandes, pirceings, ou até mesmo quilinhos a mais ou menos... As características podem ser gerais, físicas, ou bem específicas (tenho uma amiga que ganhou um sinal da letra A acariciando seu braço, o que mostra que ela é muito meiga)!
Na internet tem um dicionário bem legal, que é esse. Há outros, dá pra achar no google, mas não esqueçam que tem a variação linguística (se eu fizer determinadas palavras em Brasília, elas podem não significar nada no Rio de Janeiro, e vice-versa).
Outra coisa que também é diferente é a forma de falar. Não é só traduzir cada palavra do português para libras, os artigos e muitas preposições não são utilizadas, além da conjugação de verbos ou gênero de palavras. As falas lembram o inglês, porque ao invés de falar "criança pequena", eles falam "pequena criança". No site que eu indiquei tem uns exemplos e dá pra ver a diferença. Ah, sobre palavras sem gênero? Verbos no infinitivo? Fica algo do tipo "EU VIAJAR FÉRIAS RECIFE. CONHECER MENIN@ BONIT@ LÁ, MUITO B@M! " (Eu viajei de férias pra Recife, conheci um menino muito bonito lá! Foi muito bom!)
Pode parecer estranho, mas fica bem mais fácil pra falar! E a comunicação é completamente efetiva, como qualquer outra em outra língua.
Uma questão que me fez pensar aprender libras, conhecer surdos, foi sobre a história deles, sobre como a sociedade já torturou essas pessoas que nasceram sem ouvir sons, tentando consertá-las e adaptá-las ao padrão "normal" da sociedade, impondo-lhe aparelhos auditivos, o implante coclear (por cirurgia, o bilinguismo (oralizar o surdo) e vários procedimentos que trazem uma vivência dolorosa e traumática para a criança surda. Muitas vezes os pais não têm a devida comunicação e afeto. Pense no lugar da criança: você nasceu sem ouvir, quando seus pais descobrem que você é surdo, eles vivem o luto do filho que desejavam e se afastam de você, e um dia, sem ninguém lhe explicar, te levam para um hospital para te impor situações difíceis e que na sua cabeça não fazem sentido nenhum!
Ah sim, e há quatro tipos de surdez, a perda leve (ainda dá pra ouvir sons baixos), a moderada (barulhos mais altos como sirenes, máquinas de obras e outros são ouvidos bem baixinho) e severa (não se escuta nenhum som exceto com aparelhos) e a profunda. Antes eu imaginava o quanto devia ser difícil pra um surdo, mesmo sabendo libras, porque a nossa sociedade não é bilíngue e pra pedir uma informação deve ser a maior dificuldade... Foi aí que me dei conta de que há comunidades surdas, com suas culturas, histórias e vidas. Há pesquisas que apontam que o surdo se desenvolve com um nível muito mais adequado e rápido com sua língua do que com uma língua imposta por aparelhos. Conheci surdos oralizados também, mas todos têm histórias difíceis, e pelo menos a maioria, se pudesse escolher, preferiria não ter que se adaptar à sociedade, mas gostaria que a sociedade se adaptasse à ela.
Eu sou a favor de escolas bilingues (onde todos aprendam português e libras e possam compartilhar culturas e vivências), quero aprender mais libras, quero ensinar libras para os meus filhos e propagar essa ideia de que somos todos humanos e mesmo que alguns se desenvolvam por outros caminhos, devemos fazer isso juntos e unidos - diferente da atual situação, onde o MEC quer acabar com as escolas bilingues ou voltadas aos surdos porque acredita que a inclusão vai acontecer apenas na escola atual, sendo que não há preparo nem da instituição nem dos profissionais da educação para que isso aconteça, como constatou a minha professora em sua tese de mestrado (que realmente os surdos ficam isolados e que essa inclusão não acontece). Aqui em Brasília teve um protesto contra esse modelo de educação, onde foi feito um anúncio feito pela diretora nacional de Políticas Educacionais Especiais do MEC, Martinha Claret, sobre o fechamento, até o fim do ano, do Colégio de Aplicação do Instituto Nacional de Surdos (Ines), em Laranjeiras, e do serviço de ensino fundamental para deficientes visuais do Instituto Benjamin Constant, na Urca. Absurdo!

Bom, é isso, contei um pouco de uma história linda que me comoveu, de uma gente tão grande quanto tantas identidades maravilhosas que existem pelo mundo.


Me apaixonei, hehe!


Por isso, deixo um presente pra vocês: